segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

A luz azul do breu

Trancados, sozinhos, longe do mundo e do tempo.
Só era importante o aperto dos braços, o calor das mãos, o carinho dos beijos, o roçar das pernas.

Gargalhavam enquanto o ar frio mudava o quarto.
deitavam juntos na intenção de não sair nunca mais.

A coberta dividida pra dois, fazia chamego nos ombros e aconchegava o peito.
o chão de madeira gelava os pés, causava conforto. 

E lá estava ele...
branco, liso, bagunçado nos castanhos do cabelo e dos olhos.
desconcertado por vê-la deitada apenas com uma camiseta, meio sonolenta, perto o bastante pra agarrar as pernas descobertas.

E lá estava ela...
em transe, com os fios avermelhados caídos no rosto, espalhados pelo travesseiro cheiroso dele, observando os detalhes, imaginando o futuro, querendo mais do âmago dele.

Dois brilhantes, almas únicas e pertencentes dum amor sem tamanho.
Eles pediram por muito tempo, um pelo outro. Pediram tanto sem sucesso que desistiram.
Por alguns dias deixaram de acreditar que chegaria alguém.

E ontem, conversaram sobre o inacreditável de estarem juntos.
foi inevitável lembrar, chegaram!

A única luz que tinha no meio do breu, era uma azul que mais parecia sair de dentro deles.
dois azuis, dois iguais, um amor.

Um comentário:

  1. O que é mais lindo nisso tudo, é a sinceridade das palavras e todo o jeito como é descrito. Meu amor, eu te amo de todo o meu coração. E não canso de ler esse texto. Acho que passou da vigésima vez, sério mesmo...

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