quarta-feira, 28 de março de 2012

Armadilhas de Papel


Não me importa não mais ver o céu
Armadilhas de Papel
Hoje eu finjo já não enxergar
O seu jeito de me olhar

Fiz-me ir então, assim
Vou voltar em qualquer lugar sem ti,
Vou ficar e perceber que

O vento que soprou no seu jardim
Tirou de mim razão pra viver,
Mas deixa eu completar você em mim
Pois seu sonho rema ao fim
Não vou recordar

Abro os olhos pra não ver teu véu
Armadilhas de Papel
Vou tão longe pra te ver voar
Conto passos pra chegar

Caio em teus cabelos assim
Vou chegar em qualquer lugar sem ti
Pra lembrar que estou sozinho

O tempo que mudou o seu jardim
Também mudou em mim
Razão pra viver,
Mas mesmo sem andar eu sigo ao fim...
Pois sim, vou dar-me história

- Maglore

Desabafo pro tempo

Tô com saudade...
mas é saudade de gente, de tempo, de coisas, de lugares, de dias.
saudade do meu mundo antigo, saudade de musicas velhas e do meu poder de sentir e escrever.
saudade de quando eu podia fazer por mim, saudade dos meus.
Uma puta saudade de determinadas épocas que passei, de olhares e manias.
Tô com saudade dessa chuva que ainda nem caiu, mas só to por que ela também me lembra muita coisa.
é essa mania de não querer apagar, querer voltar, reviver que me bate assim um pouquinho o tempo todo e que só me trás saudade.
Saudade dos amores iguais, do pouco de paz, das adjacências e de reverberar!
mas não quero chorar, minha saudade é gostosa, dessa que dá antes do inverno...
dessa que faz abraço virar casa pra morar.
é só... falta. 

sexta-feira, 16 de março de 2012

Tudo é falta

Sentir falta é diferente de sentir saudade. 
saudade bate, agonia, estremece. 
A falta congela, chora, entristece. 
A saudade é a certeza que a pessoa vai voltar. 
A falta, é o querer ter de volta, mas saber que não vai ter.

domingo, 11 de março de 2012

O nosso amor se transformou em "Bom Dia"




 

Qual o segredo da felicidade?
Será preciso ficar só pra se viver?
Qual o sentido da realidade?
Será preciso ficar só pra se viver?
Só pra se viver.

sexta-feira, 9 de março de 2012


Tá certo que o nosso mal
Jeito foi vital
Pra dispensar o nosso tom;
O nosso som pausou.

E por tanta exposição
A disposição cansou.
Secou da fonte da paciência
E nossa excelência ficou lá fora.

Solução é a solidão de nós.
Deixe eu me livrar das minhas marcas;
Deixe eu me lembrar de criar asas.

Deixa que esse verão eu faço só.
Deixa que esse verão eu faço só.
Deixa que nesse verão eu faço sol.

Só me resta agora acreditar
Que esse encontro que se deu
Não nos traduziu melhor.

A conta da saudade
Quem é que paga?
Já que estamos brigados de nada;
Já que estamos fincados em dor.

Lembra o que valeu a pena
Foi nossa cena não ter pressa pra passar.


O Teatro Mágico 

quarta-feira, 7 de março de 2012

terça-feira, 6 de março de 2012

Acho que posso dizer que é amor, sim. Mesmo que a gente tenha se perdido para que eu pudesse encontrar a mim mesma. Mesmo que a gente tenha se perdido para que você pudesse buscar a si mesmo. É amor porque eu te guardo na lembrança bonita do meu crescimento, da descoberta do que era a co-dependência ou da fusão que subtrai. É amor, porque cantamos juntos, dançamos juntos, choramos juntos, fizemos amor intensamente, trocamos profundamente as angústias da alma, torcemos um pelo outro, nos ajudamos, viajamos juntos, gargalhamos desarvoradamente, dormimos juntos no melhor abraço um do outro, descobrimos novas músicas, sinônimos, livros, enlouquecemos lindamente, brigamos muito, fizemos as pazes várias vezes e fomos embora um do outro quando nada mais era poesia. Não foi triste, mas doeu profundamente.Uma dor resignada porque eu podia ver com clareza que já não nos acrescentávamos nada. E aprendi a trabalhar o desapego e o perdão. E hoje, quando vejo você sorrir, eu sinto que estamos bem e que fizemos a coisa certa. E o amor só pode ser isto: querer que o Outro encontre a felicidade a qualquer custo, mesmo que isso exclua você da plenitude dele. Mesmo que isto exclua o Outro da sua plenitude.


Marla de Queiroz

quinta-feira, 1 de março de 2012

Eu quase consegui abraçar alguém semana passada. Por um milésimo de segundo eu fechei os olhos e senti meu peito esvaziado de você. Foi realmente quase. Acho que estou andando pra frente. Ontem ri tanto no jantar, tanto que quase fui feliz de novo. Hoje uma pessoa disse que está apaixonada por mim. Quem diria? Alguém gosta de mim. E o mais louco de tudo nem é isso. O mais louco de tudo é que eu também acho que gosto dele. Quase consigo me animar com essa história, mas me animar ou gostar de alguém me lembra você. E fico triste novamente.
Eu achei que quando passasse o tempo, eu achei que quando eu finalmente te visse tão livre, tão forte e tão indiferente, eu achei que quando eu sentisse o fim, eu achei que passaria. Não passa nunca, mas quase passa todos os dias.
Chorar deixou de ser uma necessidade e virou apenas uma iminência. Sofrer deixou de ser algo maior do que eu e passou a ser um pontinho ali, no mesmo lugar, incomodando a cada segundo, me lembrando o tempo todo que aquele pontinho é um resto, um quase não pontinho. Você, que já foi tudo e mais um pouco, é agora um quase. Um quase que não me deixa ser inteira em nada, plena em nada, tranqüila em nada, feliz em nada.
Eu quase não te amo mais, eu quase não te odeio, O problema é que todo o resto de mim que sobra, tirando o que quase sou, não sei quem é.

- Querida Tati Bernardi