segunda-feira, 30 de dezembro de 2019

quinta-feira, 14 de novembro de 2019

4:42

O frio na barriga é agora.
Estou ouvindo a chuva, tão barulhenta! 
Ela nos acompanhando noite a dentro. 
Eu disse como me sinto, mas não sei ao certo. Confuso? Talvez... 
Um pouco de tudo vem daí, daqui. E vai, se propaga... Por dias parece que adormece, mas está lá, latente. Até aparecer de novo, assim de repente. Me pego bobo, mas é tudo mutuo. 
Sabe, assim? Posso ser bobo com ela.
Eu fico aqui tentando desvendar seus sentimentos. Quem me dera entrar só um pouco naquela cabeça. Não que seja necessário, mas é que é tão criativa. Consigo me emocionar com o que leio de lá. Com o que ouço, vejo...
 É engraçado que até acredito na pureza de tudo que me é apresentado. Acho que é porquê eu posso ser bobo.
Me lembro de vários momentos, até nos quais fiquei entediado. Temos tanta afinidade. Somos tão próximos que a distância as vezes me deixa assim, com pesar entende?
 Não vou me estender as coisas ruins. Vamos brindar? Me fala a marca do vinho, faço questão de comprar o mesmo. 
Pode me sugerir a música? 
- Sim ela sugere, tem bom gosto! Duvidam? Eu adoro! Fico bobo! Mas lembrem-se, eu posso ser bobo!
Fiz um pedido antes de me despedir daqueles pés imundos e gelados. Agradeço por me atender.
 Era um sonho participar de todo esse céu. Esse mundo pelo qual caminhei, mas com meu modo macro de ver.
Toda vez que eu a escrevo e ela me escreve parece a primeira vez.
Toda vez que o seu céu de ideias passa pelo mundo há mais estrelas.
Nem todos podem ver. Tem de ficar esperto e de peito aberto para muito carinho. 
E o seu coração? O céu é pequeno para ele. 
Fico até bobo de pensar...

yoko é nossa demais

Percebi com vento na cara
Quando bate nos seus cachos e eu vejo diferente
E se faço parte do desfile desses pássaros
O que que eu faço agora além de cantar?

Eu acho que todo mundo tem uma sina
Uma cruz pra carregar
E eu conheço a sua dor
Eu andei por esses lados

Não tem nada demais

Tem um milhão de coisas que eu não sei
E o que que eu faço agora além de cantar?

Quando eu estou aqui estou inteiro
Você me entende
Eu daqui te vejo
Eu daqui te beijo
Eu daqui te vejo

Com vento na cara
Os cachos nos olhos
Os olhos do tempo
O tempo não para
O tempo na cara

Terno Rei

segunda-feira, 30 de setembro de 2019

Eu sei o que sou e o que não sou eu

me peguei gargalhando de mim em plena segunda feira
fim do mês
depois de vários dias me estranhando e fazendo birra com o mundo
acreditando de verdade que inferno astral é certeiro
rindo no espelho

até nem liguei pra pilha de livros que juntei pra ler e não consegui 
me distraí com as plantas e meu café esfriou ao mesmo tempo que lembrei
das tretas de passado que eu simplesmente superei
e ri mais

olhei em volta, ri de novo, o choro veio mas era um choro bom
acho que pode ser até a tal da gratidão dando o ar da graça 
e meio que, como sempre, meu humor tendo a ver com o tempo que tá fazendo
o sol tá meio sem jeito, o vento pouco que bate ainda é gelado
tá cheio de nuvens e
é aí que me pego

esses dias cinzas sempre querem me dizer alguma coisa
esquentei o pé no sol e já esfriou, peguei uma chuva de flor de cajazeira lá fora
chorei, ri
o café eu to tomando gelado mesmo se não perco o fio
perco o que tá escorrendo pro dedo, e já faz um tempo que não escrevo
vim correndo sem pressa
engraçado que não to me preocupando tanto hoje, tá solto

eu teimo de não perceber na hora mas essa vida aí me arruma uns encontros
umas revoluções dentro de mim, uns papos que eu nunca tive, umas voltas no passado
que eu já não lembrava mas sabia
sonho, acordo, lembro, teimo de lembrar, sonho mais mas logo esqueço e tudo bem
me cobrar pra que se sempre me cobraram tanto e eu sempre teimei de ser
e fazer o que eu queria? 
a menina dos meus olhos não morreu


quinta-feira, 9 de maio de 2019

Nove

hoje é quinta feira
já é maio, quase meio do ano
acumulou matéria pra estudar, to com foto pra editar, post pra fazer, choro pra chorar
tô me identificando com o tempo, tá um chove não chove, fazendo frio mas tá sol

comprei uns vasinhos de barro, catei mil mudinhas novas que coloquei na água
fiz uma sopa de lentilha pra esquentar
no dichava coloquei chá de hortelã, tô com a boca dormente de tanto fumar
energizei meus cristais com a chuva, fiz insenso natural com alecrim, arruda e louro
rodei a casa toda

tô enrolando pra tomar um banho de sal grosso
no tarot dessa semana saiu a carta do diabo 
meu mapa astral ainda to tentando entender, to lendo igual doida 
descobrindo mais de mim
falei em voz alta comigo no banho pra ver se me escuto
varri a cozinha umas 3 vezes 

acho que preciso molhar as plantas lá fora, catar as folhas do quintal
tá um vento frio daqueles que me lembram outros tempos e aí eu me recolho, encolho
me deixo de molho nos pensamentos mais profundos, afundo
nem vagalume no quintal teve hoje

mas teve encontro de amigas na frente do mar, dedo de Deus lá na serra pra olhar
castelo de areia que a maré levou, pé na água salgada
conversas de tudo e de nada, futuro e batalha diária 
minhas fortalezas, nossas fraquezas e as belezas todas de onde a gente tá

a apresentação na escola teve choro antes de começar a musica
ele ficou feliz por me ver chorar emocionada sem saber que ontem eu chorei baixinho  
no cangote dele
por mais que eu saia de mim, ele sempre me abraça e fala que me ama
parece que é pra me lembrar, todo dia
que se nem eu conseguir me aguentar, ele sempre vai 
e o dia já ta perto de acabar


segunda-feira, 18 de março de 2019

Sizígia

corri pra dessa vez me transbordar, e não desafogar
transbordar porque a lua mexeu comigo completamente
o ciclo das coisas me seguindo, mostrando das formas mais impensáveis o caminho que eu nao quero mais seguir, nem posso
implorando pra eu deixar fluir
e eu to vendo, com meus olhos pretos, calando a minha boca suja, sentindo com todos os sentidos
de intuição a intuição
uma por uma

não tenho nem chorado, to me resolvendo comigo
mas ontem chorei sim, hoje também, eu mereci
não to sentindo pena, to refazendo o caminho todinho do início
desde quando eu não me lembro
dois mil e quatro


hoje tive ausência de medo, estranhando o peito cheio pra chegar em novos lugares
venho encarando meus pensamentos, compartilhando minhas vivências
revivendo experiências que já parecem de outras vidas
to admirando meu senso, to apegada a ideia
evoluí

mas meu ponto fraco é dentro do meu barco, porque aqui é onde mora meu conforto
todos os meus vícios, as gulas, gritarias, muitas loucuras
o barco já tá remando diferente, da pra ver, tem alguém no controle e dessa vez não é um louco
pensando na rota, destrinchando mapas mofados 
entrando em porões abandonados totalmente
achando baús que só eu tenho a chave

esquecidamente me lembrei que transbordei 
parece até que viver rodeada de onda batendo, todos os plenilúnios e novilúnios 
vendavais torrenciais, nuvens que engolem céu
tudo isso, na direção da ilha no meu peito fez ruir pedras
revirar fundos, transbordar conhecimento
sizígia de eus













quarta-feira, 9 de janeiro de 2019

Conversa antiga


desde que me lembro
eu converso, questiono, conto segredos, abro meu peito
desde quando não me conhecia mas me sabia
eu namoro, imagino, mergulho pro fundo

desde que me entendo por gente
sua força sempre me impactou
tamanho, luzes, desenhos, cores e as núvens
seus tons são tudo

sinto que a resposta está aí em algum lugar
tão forte que quando percebo
a pergunta já não me importa mais

difícil é a vida quando não abro meu peito
não converso com suas estrelas, confesso crises e medos
alivio os pesadelos

fica mais leve quando paro tudo
chego no meio do breu
meu quintal em silêncio, o show acontecendo
meus olhos que mal conseguem acompanhar
miopia que limita enxergar

o beck aceso fazendo da minha casa um universo
virando estrela, minha cabeça
deito mais pra trás
entrego os pontos, todos os meus botões

gasto tempo comigo
passo tempo contigo
dou mais valor pro meu íntimo
reinicio
e no escuro eu penso

céu e uma palavra tão pequena
céu é tão vasto
céu inspira, respira
céu me faz parar o agora
me faz questionar tudo de tempo e hora

não é atoa esse tanto de mundo
não é atoa que encontro mais e mais
céu em mim