domingo, 16 de fevereiro de 2014

Sobre um vazio meio cheio


Só eu sei que ela gosta do gosto que fica de corpo suado
de pele enroscada depois do amor.
Leu em algum lugar que bom mesmo é passar o dia, fazer compra, ir trabalhar, tomar um café, pegar o metrô com o cheiro da pele do outro.
Seduzida por pintas e veias, os detalhes fazem da vida dela gigantesca.
Ouve Cícero com saudades, pensa na chuva e nos dias que se molhou por amor
Procura algo dentro dela que parece não existir mais.
Uma leveza... acho que um encanto de desfazer nós de nós sempre.
Mas
 quando o mundo desaba e a vida anda na corda bamba, ela se crucifica, não dorme, procurando o furo, a gafe.
E o culpado pela dor do parto, pela flor morta no jarro?
 Ouve bem moça do ombro claro, teu vazio é disfarce pra todo cheio do teu coração 
não vai embora agora, não se despede assim...
olha pra trás mais uma vez pra lembrar do meu olhar de carinho a você
recorda o toque das minhas mãos nas suas, todo o suor e também as mancadas tá?
Pois meu amor, mal cabe dentro de mim 
e meu maior orgulho no mundo é ainda poder te ver sorrir.


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