terça-feira, 2 de junho de 2015

Corações que não se afagam

Esse teu amor por obrigação me sufoca
me faz desacreditar na historinha pra boi dormir de que me quiseram e programaram toda a vida
me cansa as pernas e os ouvidos todos esses discursos pra me afetar
Solta teus cachorros no meu quintal bagunçado de folhas e não se importa se eles vão morder
Me procura quando convém
Só enquanto te obedeço
Sei que teu peito aperta mãe, mas o meu dilacera
O meu só sangra
Desde que me entendo por gente te vejo sofrer e meu peso nos dias era não entender
Quis te curar
Quis ser suficiente
Ser um par
Não me recordo do dia ao certo em que me vi sem teus abraços de conforto
Não me lembro nem do ultimo nem do primeiro
Sinto falta de carinho
Você diz sempre do quanto eu erro sem lembrar que todo mundo erra
Mãe, você ainda erra...
Não é possível me cobrar tanto algo que nem você sabe o que é
Não supera os erros
Os buracos
Nem a dor
Arruma casos e motivos bobos pra me sufocar
Nunca se faz feliz por eu estar feliz
Mas obrigada mãe, por me mostrar todo dia que a vida é surpresa
Por me dizer com todas as letras que nada é fácil
Mãe
te agradeço pela desconfiança em mim
Obrigada por desacreditar
Sou um pouco mais mulher agora e sei com cada parte do meu ser que não quero ser assim
Igual a você

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