segunda-feira, 28 de março de 2011

Débito

Sabia de có o caminho das suas lágrimas
As sentia brigando contra o vento pra não secar
Via as luzes amarelas das ruas, cintilando no rosto fazendo brilhar
Ela sabia o caminho de casa mesmo sem o refazer em pensamentos
Secava as lágrimas frias mas logo as mornas voltavam a cair
Queria subir alto, muito alto, alto suficiente pra se jogar e não conseguir ver nenhum fim
Ela quis partir pra longe
Muito longe ou simplesmente pra dentro de algum outro coração
Pensou em medo, sonhos e planos no fundo de gavetas antigas
Sabia de có o gosto `daquele´ choro
Um salgado meio amargo com pitada de desgosto e saudade
Inventava nos dedos motivos pro Sim, pro Não e pro Talvez
Criava situações, as desmontava e remontava mas uma peça sempre ficava faltando.
Foi então que ela parou, deu o ultimo suspiro e dormiu.
Um sono longo, profundo e perturbador a cobriu e ela não sonhou.
apenas planejou um novo dia com menos dor 
Só, planejou.


(não aconteceu... era dor pra dar e vender)

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